Os números de Itapira corroboram com os números gerais registrados na maior parte do Brasil, onde a inadimplência tem apresentado crescimento preocupante. A elevação do desemprego (estima-se que oficialmente quase 400 mil pessoas perderam o emprego em todo o país desde o começo do ano) e o aumento da inflação que corrói a renda das pessoas são apontados como os vilões. Também o aumento explosivo dos juros tem contribuído para agravar a situação. Os juros do cheque especial, por exemplo, estão com juros de 243 % ao ano e os cartões de créditos 375% ao ano.

 

O valor das dívidas nos primeiros seis meses do ano no comércio totalizam R$ 4.606.728,61. De julho a dezembro de 2014 este montante era de R$ 3.745.805,00. O valor médio das dívidas no final do ano passado era de R$ 283,84. De janeiro a junho deste ano, R$ 285,56. O valor médio por devedor também teve pequena alta, de R$ 666,28 no final de 2014, para R$ 675,37.

 

No primeiro semestre havia 4.091 pessoas com apenas uma dívida; 2.116 com duas dívidas, 369 de seis a nove dívidas e 245 pessoas com mais de 10 dívidas. A quantidade média de dívidas por pessoa é de 2.365.

 

Para o presidente da ACEI, José Aparecido da Silva, trata-se uma agravante a mais no cenário de pessimismo que vai tomando conta do setor produtivo. “Se você levar em conta que o Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros (Selic), forma-se um caldo de difícil digestão. Ninguém vai investir. Pelo contrário, a situação deve se agravar ainda mais até o final do ano. Acho importante que a população de uma forma geral tenha a percepção em não se endividar além das possibilidades, porque na atual conjuntura, corre o risco de ver sua dívida se tornar uma bola de neve morro a abaixo”, alertou.