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Itapira, 30 de Abril de 2024
Notícia
30/09/2013 | Sem atrativos e segurança, Parque Juca Mulato não atrai famílias

 

Parque Juca Mulato já foi o cartão de visita da cidade; falta de segurança e atrativos diminui frequência de famílias

 

Criado em 1902, pelo então prefeito Jacintho Franklin Alvarenga da Cunha, o Parque Juca Mulato oferece a seus visitantes uma visão única de diversos pontos da cidade e de seus limites. Dele se pode ver pontos distantes como o Circuito das Águas, a Serra da Mantiqueirae grande parte de bairroscomo Prados, Cubatão, Vila Ilze e Vila Izaura.

Inicialmente denominado Parque João Pessoa, mais tarde o local recebeu o nome de Juca Mulato em homenagem ao poema ali escrito por Menotti Del Picchia. Dele, através da vista de vários pontos no horizonte, o então presidente do Estado de São Paulo, Washington Luiz Pereira de Souza, em 1921, proferiu a célebre frase: “Itapira, a Linda!”.

 
Dotado de atrativos como o Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira, a Casa de Menotti Del Picchia e extensa área verde, o local ainda tem em suas cercanias o Museu de História Natural Hortêncio Pereira da Silva Júnior, a Casa da Cultura João Torrecillas Filho e a Casa das Artes, que oferecem aos visitantes a oportunidade de conhecer parte da história da cidade. 
 
Antes frequentado por famílias e jovens, há muito o Parque Juca Mulato vem carecendo de cuidados para voltar a ser o que sempre foi: o cartão de visitas da cidade.
 
Apesar das melhorias que recebeu em sua iluminação e nas alamedas com a recuperação de canteiros e calçadas, permanece incapaz de oferecer a segurança capaz de recolocar o local como preferido para os passeios,
principalmente no período noturno.
 
A falta de segurança é o ponto principal para a ausência de frequentadores na opinião do comerciante Luciano Siqueira, da lanchonete Claudiu’s Lanches, que há três décadas tem o Parque Juca Mulato como principal visual em seu cotidiano. “Acredito que a segurança é o ponto principal, pois afastaria do local o perigo e o receio que as pessoas sentem quando
frequentam o parque”, frisa. “Com a iluminação nova já deu para notar uma melhora, mas precisaria aumentar a segurança, só assim as pessoas voltariam a se sentir seguras para frequentar o local com as famílias”.
 
Siqueira também acredita que os eventos culturais poderiam colaborar para afastar do Juca Mulato os usuários de droga e pessoas que se aproveitam da falta de segurança para praticar delitos. “Com a criação de eventos a frequência aumentaria e
isso ajuda a afastar os maus elementos”, entende. “Esse povo não gosta de movimento e com a presença de pessoas
com certeza deixariam o local”. 
 
O advogado Alexandre Battaglini também aponta a falta de segurança e de atrativos culturais como pontos críticos. “Cheguei a pensar na instalação de um posto policial como solução, mas não sei se o resultado seria ideal”, diz. “Há a necessidade também de uma melhor conservação, mas o parque passa a idéia de estar sempre sujo e abandonado”.
 
Para Battaglini, para uma revitalização do Parque Juca Mulato o ideal seria a frequência social de todos os níveis. “Assim funcionaria, pois de outra forma fica elitizado ou abandonado, é preciso rever os locais públicos, como banheiros, por exemplo, que já foram piores, e dar uma utilidade maior para alguns pontos, oferecendo espaço para a criação de atrativos
culturais, o espaço dos skates repintado ou pixado por profissionais e um local para exercicios da terceira idade com um visual atual”.

 
 
Na área de segurança o advogado acredita que o que afasta a bandidagem é a presença de muitas pessoas e depatrulhamento. “Na minha humilde opinião o que afasta é a presença constante de muitas pessoas e de patrulhamento, acredito que as viaturas devam rodar o tempo todo, o ideal é não deixar acontecer e não correr atrás depois que aconteceu”.
Na opinião do orientador Sérgio Conti, pai de dois filhos, as melhorias executadas no Parque Juca Mulato ainda não são suficientes para dar segurança aos frequentadores. "Apesar de algumas melhorias ainda não tenho total confiança para deixar meus filhos a vontade naquele espaço”, explica. “Ainda falta muito para que o parque resgate os bons tempos do
passado”.
 
Segundo ele, existe a necessidade do aumento na segurança e outras melhorias. “Precisamoster mais segurança, melhorias nos brinquedos, mais investimentos em obras culturais, fazendo com que as pessoas sintam vontade de sair de seus lares e resgatem os passeios ao ar livre com sua família, podendo desfrutar de um local aconchegante e acolhedor junto a natureza”, frisa. 
 
 
 
 
Para Odair Leite, aposentado como 1º Sargento PM da Polícia Militar, a falta de segurança é o que afasta as famílias do local. “É a pura falta de segurança que existe por lá, pois gosto de levar meu casal de netos passear e o que a gente encontra são viciados fazendo ponto no Parque Juca Mulato”, explica.
 
 
 
 
 
 
Árvore centenária ainda resiste
 
Em tempos remotos, quando não se falava em ecologia e preservação ambiental, o terceiro prefeito de Itapira – de 1902 a
1905 – Jacintho Franklin Alvarenga da Cunha, saía à frente determinando a construção do Parque Municipal“João Pessoa”, hoje “Juca Mulato”. Fez abrir a avenida dos Birís e implantar o Cruzeiro no local mais elevado, daquele logradouro público.
 
Nessa época o parque era todo arborizado eajardinado com muito esmero. Seus canteiros bem delineados e floridos ostentavam placasbem visíveiscom os dizeres: “Apreservação deste jardim está afeto ao público”.
 
Era realmente um local aprazível, convidativo e muito frequentado, não só durante o dia, mas também à noite. Os itapirenses lá compareciam com seus familiares para usufruírem algumas horas agradáveis, principalmente durante o verão.
 
Aquele local tornou-se famoso e muito frequentado, sendo considerado o “cartão de visita” de Itapira, o que levou o presidente do Estado de São Paulo, Washington Luiz Pereira de Souza, quando aqui esteve em 1921, a proferir a célebre frase: “Itapira, a linda!” 
 
O prefeito Franklynda Cunha, no dia 03 de maio de 1903, emprestou
grandiosidade à Festa da Árvore, trazendo a Itapira o poeta e escritor Coelho Neto, que residia em Campinas e cuja inspiração e profundidade revelavam aversão colorida da natureza. Ele plantou um exemplar de pau--brasil defronte ao parque, mais tarde erradicadopor paisagistas de plantão que reformularam a área.
 
O prefeito foi mais feliz: plantou uma essência de “grevillea robustas”, espécime de origem australiana, que até hoje permanece há poucos metros do Museu.
 
É bom lembrar que Coelho Neto redigiu de próprio punho a ata da festa, grafando num livro especial sua caligrafia impecável
e ao estilo poético de sua lavra, cujo documento original, hoje faz parte do rico acervo do Museu Histórico.
 
A árvore continua frondosa, pródiga em sombreamento e beleza. Um símbolo testemunhal e secular de uma iniciativa
ecológicae remanescente de um passado que confere a Itapira certo pioneirismo na preservação ambiental. Já se ensinava naquela época, a amar a natureza, como queria o prefeito Jacintho Franklyn Alvarenga da Cunha, de saudosa
memória.
 
(Extraído do blog Tempo Saudosos,  assinado pelo historiador Plínio Magalhães da Cunha)
 
 
 
Avenida dos Biris no início do século passado: visual agradável
 
Local proporciona uma visão de bairros e cidades da região
 
 
Brinquedos são únicos atrativos para as crianças
 
 
Alamedas e canteiros do parque foram recuperados e a iluminação renovada
 
Fonte: Da Redação do PCI

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