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Itapira, 27 de Maio de 2024
Notícia
15/04/2013 | Tragédia da Joaquim Firmino ainda causa comoção na cidade

 

 

Pitbull será entregue a marido de Bárbara
 
O destino do cão pitbull que atacou e provocou a morte de Bárbara Oliveira na última sexta-feira ainda permanece indefinido. Isso porque até a próxima segunda-feira, dia 15, o cão deverá permanecer em observação no Canil do Centro de Controle de Zoonoses no Almoxarifado da Prefeitura de Itapira para cumprir o protocolo para se verificar se há sinais de raiva. Após isso, o animal será devolvido a seu dono, o marido de Bárbara, responsável pelo destino do animal.
 

 
A trágica morte da farmacêutica Bárbara de Oliveira, na noite de sexta-feira, dia 05, vitimada por um ataque de seu cachorro de estimação da raça Pitbull, trouxe no vácuo da tragédia um intenso debate a respeito da proximidade cada vez maior que muitas pessoas nutrem por seus animais de estimação e os limites que devem ser impostos a este tipo de relacionamento. Para o professor universitário Ulisses Feres da Silva, Mestre em Psicologia e ex-diretor do Instituto de Ensino Superior de Itapira (IESI), onde Bárbara estudava, este tipo de comportamento é comum em famílias onde não existem filhos, ou quando os filhos já tomaram outro rumo na vida. “A questão não se reside propriamente em ter um animal de estimação para dividir seu afeto, mas que tipo de animal possuir. Esta é a questão fundamental”, colocou.
 
Na visão de Feres da Silva, uma prova inequívoca do comportamento humano caminha para uma relação cada vez mais intensa com animais de estimação é a proliferação das lojas pet-shop, dos consultórios médicos-veterinários e da oferta de outros tipos de serviço voltados para a comodidade dos animais. “Volto a insistir, não tem nada de mais se apegar a um animal de estimação, mas desde que haja cuidados elementares nesta relação”, prosseguiu.
 
Antonio Hélio Rodrigues, 52 anos, dono do canil Silbercore em Mogi Mirim, é adestrador de cães e um estudioso da ciência do comportamento animal. Ele também recomenda bom senso. “Tudo que vem em excesso faz mal. Muita gente ignora o fato de que o cachorro deve ter noções de liderança. É um animal cuja índole o leva a agir sob uma liderança, um comando. A partir do momento em que essa premissa é deixada de lado, seja qual for a raça, abre-se um precedente perigoso”, avalia. 
 
Colocando que sem ter uma exata noção do que ocorreu na residência de Bárbara no momento do ataque fica difícil qualquer avaliação mais precisa sobre o assunto, acha temerário tecer considerações específicas sobre o assunto. Mas afirmou que apesar da forte relação de afeto da proprietária com o animal, esta situação não impede que ele se deixe levar pelos seus instintos mais primitivos. “Uma situação onde por exemplo, a pessoa saia do banho trajando um roupão, de toalha na cabeça, pode perfeitamente causar estranhamento ao animal,  o  qual, por sua vez, vai agir  com o seu instinto de defesa. Os cães não tem na visão um sentido apurado. Por isso eu sempre recomendo que as pessoas ao chegarem em casa, principalmente à noite, chamem o cão pelo nome”, orientou.
 
 O médico veterinário Sandro Augusto  Belli, 41 anos e que também integra os quadros técnicos do Escritório de Defesa Animal de Mogi Mirim, fala em “coincidência trágica”. Era ele quem cuidava do cão que atacou e matou Bárbara.  Chocado com o acontecimento ele defende que se deva tirar lições deste caso para que se evite algo semelhante futuramente (veja artigo por ele escrito na página B03) “Agora é fácil colocar a culpa no cachorro e emitir opiniões de toda espécie. O essencial que fica neste caso tão trágico é de que as pessoas precisam se informar melhor. O comportamento de um animal de estimação depende fundamentalmente do  tratamento que o ser humano  reserva a ele”, colocou. Ele não acha correto a execração pública da raça.
Ivan Moro, médico veterinário itapirense radicado em Araras tem uma espécie de predileção pelos cachorros da raça Pitbull. Já foi criador. Ele também foi muito cauteloso em comentar o caso que resultou na morte de Bárbara. “Sem ter um histórico do comportamento do animal, de seu relacionamento com a dona, se havia ou não histórico de agressão, seria muito precipitado fazer qualquer tipo de análise”, defendeu. Ivan Moro, que é filho do casal Davi Moro Filho e Marlene Moro, acredita que provavelmente em casos como este existe um problema que de repente saiu fora de controle. “Outros casos semelhantes e que foram objeto de pesquisa demonstram erros graves de manejo na relação do animal com pessoas próximas. Um animal não nasce mostro. Cria-se monstros. Se um animal demonstra predisposição para ser violento, tem que se demonstrar  ele que você é mais forte, que tem comando. Mas, como já disse, tudo isso é mera especulação sem a devida apuração de tudo o que se relacionava a este caso”, ponderou.
 
 
Sandro Belli: caso serve de alerta
 
Ulisses: apego aos animais é algo dentro do contexto humano
 
Fonte: Da Redação do PCI

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1 comentário
15/04/2013 13:04:19 | Leitora Assídua
"um animal não nasce mostro. cria-se monstros." disse tudo em uma frase; igualmente na raça humana.
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