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Itapira, 19 de Abril de 2024
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12/06/2014 | Usina NS Aparecida já eliminou queima da cana em mais de 80% de sua área agricultável

As donas de casa de Ita­pira e região estão notando com satisfação que aquela fuligem gerada pela queima da cana de açúcar tem dimi­nuído bastante ano a ano. Esta percepção é verdadeira e tem uma explicação. Am­parada por um sólido plane­jamento ambiental, a Usina Nossa Senhora Aparecida vem ampliando ano a ano a área de recolhimento da cana feito por intermédio de máquinas, diminuindo conse­quentemente a necessidade de utilização das queimadas como forma de preparação para o corte manual.

Segundo informou o engenheiro agrônomo André Branquinho, gerente da área agrícola da Usina, atualmente cerca de 80% de toda a área plantada vem sendo colhida pelas máquinas. Dos 20% restan­tes, quase metade vem recebendo também o corte manual, sem necessidade de queimadas. A meta é atingir 100% de colheita totalmente a cru (sem uso de queimadas) até 2017, antecipando em mais de 10 anos a exigência fixada pelo Governo do Estado de São Paulo, a erradicação total das queimadas nos canaviais paulistas até 2030.

Branquinho esclarece que a empresa é signatária do Protocolo Agroambien­tal Etanol Verde, que prevê a adoção de uma série de práticas de sustentabilida­de, onde a erradicação das queimadas aparece como principal preocupação. Apesar disso, Branqui­nho afirma que a questão das queimadas ainda está longe de estar adequada­mente resolvida por um motivo banal: incêndios criminosos. “Diariamente temos uma equipe atenta aos sinais de fumaça. A ação criminosa de queima dos nossos canaviais ocorre em duas pontas, o fogo ateado no canavial propriamente dito, ou na palha que sobra depois da colheita. Em am­bos os casos os efeitos são perniciosos. Trazem-nos enorme prejuízo material, ambiental e atingem via de regra propriedades vi­zinhas”, relatou.

O colaborador da Usi­na explica que para casos onde a queimada ainda é realizada, existe todo um protocolo de segurança a ser obedecido, como por exemplo, a presença constante de uma equipe de combate a incêndios. “Infelizmente a gente tem que dizer: incêndio crimi­noso é coisa de bandido”, protestou.

Laboratório

A empresa patrocina ainda outras práticas vol­tadas para a preservação ambiental. Uma bastante interessante é a forma pela qual a empresa combate uma praga terrível dos ca­naviais, a broca da cana (Diatrea sacaralis), uma espécie de larva que ataca as plantas. A Usina tem um laboratório entomológi­co onde cuida do cultivo de uma minúscula vespa (Cotesia flavips) que age naturalmente como inimigo da broca, evitando o uso de agrotóxico. “É uma solução que nos priva de lançarmos defensivos em uma área de 20 mil hectares”, aponta André Branquinho.

No local trabalha uma equipe de oito pessoas com formação técnica na área de química. Conforme explicou a analista de laboratório Michela de Souza, 20 anos de casa, a própria larva é utilizada como barriga de aluguel para gerar as peque­nas vespas, num processo bastante meticuloso que envolve um enorme dose de concentração das fun­cionárias que operam no local. Depois de assegurada a procriação das vespas em larga escala, são con­duzidas aos canaviais para executarem seu trabalho.

Perto dali funciona ou­tro setor que integra o es­forço ambiental da Usina Nossa Senhora Aparecida, um viveiro de mudas de plantas responsável pelo provimento de um arrojado programa de reflorestamen­to conduzido pela empresa em áreas de preservação permanente dentro de suas próprias terras em propriedades arrendadas. André Branquinho calcula que nos últimos dez anos foram plantadas 150 mil árvores em Itapira e nas várias cidades onde existem propriedades que atendem interesses da empresa. “Fo­calizamos nossa produção em mata nativa e mata ciliar e produzimos a cada ano pelo menos 15 mil novas mudas”, estimou.

O colaborador Jair Zani, que trabalha no viveiro, estima que haja mais de 50 variedades diferentes sendo produzidas. Há mais de 20 anos tr abalhando na empresa e há pelo me­nos seis dedicando seus cuidados às pequenas plantas, ele diz que existe uma equipe especialmente talhada para recolher se­mentes de locais onde já existe a cobertura vegetal refeita. Estas sementes são levadas até o viveiro onde passam por uma espécie de tratamento e a partir daí colocadas em tubetes até ocorrer o processo de germinação. Depois a planta é colocada numa embalagem apropriada até atingir um determinado tamanho que permita que seja replantada.

André Branquinho diz que o investimento para a manutenção deste progra­ma é elevado, lembrando que a fase mais onerosa é aquela que cerca de cui­dados o crescimento das futuras árvores. “Enquanto a planta não atingir o tama­nho ideal de três metros (quando a copa atinge uma altura que sobreponha o tamanho da vegetação da­ninha) existe todo um pro­cesso de limpeza da área, quando não, até trabalho de irrigação a gente tem que realizar. É uma questão de lógica: não adianta você plantar e permitir que a futura árvore morra . Seria como jogar dinheiro fora”, contextualizou.

Finalizando, Branquinho informou que outro grande avanço dentro do setor sucroenergético, resulta­do de anos de pesquisas, diz respeito à reutilização de resíduos orgânicos (a vinhaça e torta-de-filtro) gerados a partir do pro­cesso de fabricação do álcool e do açúcar. Estes resíduos passam por um tratamento que os torna aptos a agirem como fer­tilizantes e são lançados de volta nas plantações de cana, substituindo fer­tilizantes químicos.

Processo de utilização do vinhoto também representa um grande avanço dentro da cadeia produtiva do setor

A colheita mecanizada já se faz presente em cerca de 80% da área cultivada

 

 

 

 

 

 

 

 

Michela: domínio da técnica biológica no combate das brocas e recipiente com vespas cultivadas em laboratório

Jair Zani: mais de 50 espécies de árvores nativas cultivadas

Esta é a equipe que trabalha no  laboratório entomológico da Usina

André Branquinho no viveiro de  mudas: investimentos elevados

Mudas em estágio de crescimento já colocadas em pontos estratégicos

Fonte: Da Redação do PCI

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