A equipe que atuou nesta semana na captura dos escorpiões

Nesta semana o setor de controle de zoonoses da Se­cretaria Municipal de Saúde, retomou um trabalho que foi interrompido ao longo de 2014 por causa da falta de funcionários treinados : a captura de escorpiões no Cemitério da Saudade, na região da Santa Cruz. Segundo o médico-veteri­nário, Rodrigo Silva Bertini, coordenador de Zoonoses, foram quase três mil escor­piões recolhidos até a noite de ontem. Oficialmente, nas três primeiras noites (o trabalho é realizado no período noturno, quando os escorpiões saem para caçar) foram capturados 1.827 destes aracnídeos .

A espécie predominan­te é o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), cuja peçonha é uma das mais potentes desse tipo de ani­mal. “Se uma criança for picada é muito perigoso”, advertiu o veterinário .

O trabalho de captura é uma iniciativa que tem origem no começo do ano passado, devido à recla­mação dos moradores das imediações do cemitério de que em suas casas estavam aparecendo escorpiões. A Zoonose manteve a partir de então intercâmbio com colegas de Espírito Santo do Pinhal (que estiveram em duas oportunidades nesta semana ajudando nos trabalhos nesta sema­na) e foram feitas capturas em março de 2014. Depois disso, segundo Bertini, com o aumento do número de casos de Dengue, servi­dores da zoonose foram deslocados para ajudar no serviço de busca ativa. “Este trabalho em que ser feiro por três duplas e um coordenador”, especificou Bertini.

O trabalho de recolhi­mento dos artrópodes é essencial segundo o co­ordenador da Zoonoses porque estes animais se tornam resistentes ao ve­neno. “Cada fêmea dá duas crias por ano com 20 filhotes em média cada ni­nhada. Se não for cuidado, vira infestação. Como o cemitério tem muita bara­ta (alimento preferido do escorpião) é natural que haja uma grande popula­ção deles. Melhor assim, porque se não tivesse as baratas, eles iriam atrás de alimento nas casas ao redor”, comentou. Ainda segundo Bertini, durante a captura, 281 escorpiões morreram. Os animais se­rão enviados para o Instituto Butantã em São Paulo.

A Zoonose estabeleceu como meta realizar esta captura pelo menos uma semana a cada mês do ano.

Animais são atraídos pelas baratas, seu principal alimento