A entidade assistencial Casa do Pão, localizada na Vila Ilze, embora o nome sugira uma atuação voltada para solucionar a questão da carência alimentar dos mais necessitados, a verdade é que nestes 17 anos vive um momento de efervescência por conta da presença quase que diária de muitas voluntárias que oferecem um outro tipo de assistência voltada para pessoas que gostam de exercitar seus dotes na confecção de tecidos à base de tricô, crochê, pintura e outros tipos de bordados.
Na tarde de terça-feira, 26, o clima no local era de muito trabalho. Lado a lado, orientadoras e alunas compartilhavam material de consumo e até maquinário. Ana Maria Jesus Fagundes Santos, 30 anos, moradora na Vila Ilze era uma das que ajudavam no trabalho de orientadora. Ela ensina crochê e bordado e contou que frequenta o local há vários anos. “Tudo que aprendi vim aperfeiçoar aqui e hoje ensino”, disse. Ela fala que o trabalho ajuda a distrair a cabeça. A aposentada Maria Dolores, moradora no Centro, era uma das que estavam recebendo aula. Ela reafirmou o aspecto lúdico da atividade: “Para mim isso aqui é uma terapia”.
A aposentada Vera Lúcia Duzzi frequenta o local há 13 anos e se sente gratificada em poder repassar seus ensinamentos. Ao lado de Filomena Prado, ajudava a principiante a pegar o jeito de fazer um tipo de enfeite no tecido que chama de ‘broia’. “Existem muitos segredos que a gente vai passando para quem se interessa. É uma forma de preservar uma forma de artesanato que vai se tornando cada dia mais rara”, deduz.
A aposentada JosephinaPretel Job, que atuou na fundação do local, percorre todas as instalações de olho em tudo o que se passa. Ela conta que se sente muito gratificada ao observar todas as dependências repletas de atividades realizadas pelas frequentadoras. Ela lista uma série de benefícios que a atividade rende para as praticantes. “Ajuda na renda doméstica, preenche o tempo com coisa útil e até serve para combater a depressão”, atualiza. Os ganhos com a venda dos trabalhos são revertidos para as próprias bordadeiras.
Social
Dona Josephina listou ainda diversas outras ações que a entidade desenvolve para a população carente, com destaque para acolhimento de crianças que recebem além da atenção básica voltada para brincadeiras e alimentação, até reforço escolar. Ela fala ainda com muito orgulho do trabalho feito com gestantes que aprendem também a fazer o enxovalzinho do bebê, além de dicas importantes para o período de gravidez e também após o parto. “Ensinamos como cuidar direitinho do bebê”, disse toda orgulhosa.
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