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Itapira, 19 de Dezembro de 2025
Notícia
24/12/2014 | Cheiro de Natal

  

Sou de um tempo em que os preparativos para o Natal consumiam dias e dias no seio de minha família. Um tempo em que todos nós nos reuníamos para a tradicional ceia natalina e para o almoço de Natal.

Lembro bem desse tem­po e um pequeno detalhe que seja já serve para me reportar àquela época feliz de minha existência. Seja uma música, um enfeite natalino ou mesmo um cheirinho tradicional de algo assando e pronto, lá vou eu para o túnel do tempo.

Esse período que an­tecede o Natal deixa meu espírito desprotegido no que diz respeito aos sen­timentos que a saudade daquele tempo me dá. Basta fechar os olhos e recordar um daqueles dias e o nó na garganta aperta, os olhos marejam e a dor da perda aparece como um bólido.

Dia desses ocorreu algo parecido que me fez voltar imediatamente no tempo. Nas muitas andanças pelas lojas da cidade, em uma delas, a Marfim, um frasco com aroma de pinheiro foi o bastante para me remeter ao tempo em que eu ainda era um menino magricela de orelhas grandes.

Quando ouvi dizer que aquele spray tinha cheiro de Natal, imediatamente fui sentir o tal cheiro para ver se era mesmo aquele cheiro que eu sentia quando era criança. Esperava, ao sentir o aroma, voltar aos meus tempos de infância, mas aí me bateu a dúvida: o que seria para mim um cheiro de Natal?

Mais do que depressa me veio à mente o chei­ro da leitoa assada ou do frango assando no forno. Eram esses os aromas que eu esperava sentir, que me faziam lembrar do Natal, não que cheiro de pinheiro não seja um aroma natali­no, mas para mim cheiro de Natal é cheiro de carne assando no forno.

A Claudia, minha irmã mais nova, que estava co­migo na loja, sem que eu dissesse algo, já foi logo dizendo que para ela chei­rinho de Natal era aquele dos canudos recheados com doce de coco que minha mãe fazia. Claro que nada disso havia na fragrância daquele spray, mas aquele momento serviu para mos­trar o quanto lembramos de nossa infância e das coisas boas que guardamos dela.

Tudo isso acabou. Não temos mais o jantar da véspera ou o almoço de Natal, na casa de nossos avós paternos, lá no alto da Vila Pereira. Mas as boas lembranças permanecem até hoje e um simples chei­ro gostoso de assado já serve para trazer de volta todos os bons momentos daquele tempo em que eu era um menino magricela de orelhas grandes.

Hoje, meu Natal se resume à Mariane e eu. Mas nem por isso deixa de ser Natal. Guardo as boas lembranças no coração e procuro dar a ela tudo que tive de bom nessa época mágica que a espera pelo Natal e pelo Papai Noel representa para as crianças.

Faço isso porque um dia, lá no futuro, quero que ela se lembre de tudo isso e fique feliz em ter em seu coração as recordações dos tempos em que era criança. Assim, onde eu estiver, terei a certeza de ter feito a coisa certa ao dar a ela tudo aquilo que tive de bom nos meus tempos de criança.

Hum, que cheirinho de Natal! Será que é leitoa assada. Ou será que é canu­do recheado com doce de coco? Só sei que deve ter alguém por aí preparando uma bela ceia de Natal

Fonte: Da Redação do PCI

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