Chuvas
Defesa Civil mantém estado de atenção depois do susto do último final de semana
Com a precipitação pluviométrica de 111 mm no sábado, dia 12, parte dos moradores da cidade, sobretudo aqueles que estão fixados em bairros que margeiam o Ribeirão da Penha, ficaram apreensivos com a possibilidade de suas casas serem invadidas pelas águas. A situação pior foi registrada na região dos bairros Nosso Teto , Assad Alcici e Jardim Soares.
Em janeiro de 2011 um quadro parecido foi registrado, com a diferença de que naquela oportunidade muitas casas foram invadidas. A partir daí a Prefeitura investiu na instalação de duas linhas de tubo para funcionar como espécie de ‘reforço’ da tubulação já existente. O ex-Secretário de Obras Vitório Ornelas, disse que a obra foi projetada exatamente para tentar diminuir eventuais estragos no caso do Ribeirão da Penha sair da calha. “ Dependendo do volume de água, evidentemente que os riscos de inundação ainda existem. Mas a se julgar pelo volume de água que caiu no último final de semana, as obras executadas funcionaram”, avaliou.
Segundo a Defesa Civil, no final da tarde de domingo,a régua que faz a medição do leito do Ribeirão da Penha na altura do conjunto Flávio Zachi, chegou a 2,90 m, num total de 3,00 m. Além da chuva em si, os membros da Defesa Civil tinham que monitorar o que ocorria nas cidades do circuito das águas. De Serra Negra vem um volume de água que aumenta a vazão do Ribeirão da Penha, enquanto que de Socorro desce toda a água que dá volume do Rio do Peixe. Ainda conforme análise do órgão, o esquema de prontidão fica mantido indefinidamente, enquanto existir a ameaça de chuvas prolongadas e de temporais que normalmente caem no final de tarde. Até o final da tarde de ontem o volume de chuvas registrado na cidade segundo o total aferido pela estação de tratamento de água do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (SAAE) era de 308 mm ( cada milímetro corresponde a um litro de água por metro quadrado).
Alagamentos registrados no último final de semana assustaram moradores de algumas áreas da cidade
Represa em Mogi Guaçu opera dentro da normalidade
As chuvas intensas registradas no final de semana passado alteraram pouco os trabalhos na Pequena Central Hidroelétrica (PCH) da empresa de geração de energia AES Tietê localizada na divisa entre Itapira e Mogi Guaçu. Durante o período em que se seguiu o início de inundação em algumas áreas da cidade no último final de semana, foi cogitada a possibilidade da regulagem da vazão da referida PCH interferir no volume de água do Ribeirão da Penha aqui em Itapira.
Tal fato segundo a assessoria de imprensa da AES Tietê não passa de um mito. “Não há nenhuma ligação entre os alagamentos em Itapira e a administração da usina. A PCH realiza diariamente o controle de sua vazão, que não chegou ao seu volume máximo. E mesmo se chegar, não causa, em nenhuma hipótese, alagamentos em Itapira. As causas do alagamento em Itapira foram as chuvas intensas localizadas nas proximidades da cidade”, disse uma nota enviada para o Jornal A Cidade.
Ainda conforme a empresa, a vazão atual encontra-se dentro da normalidade. A vazão máxima registrada ocorreu na quinta-feira, 222 m³ por segundo desceram pelo escoadouro. Aliás, a assessoria de comunicação da empresa informou que a referida barragem funciona com o esquema de fio de água e não armazenando água, ou seja, não tem como regular a vazão de forma a impedir, por exemplo, que o Rio Mogi Guaçu transborde no caso de uma chuva mais intensa, conforme apregoam alguns. “A PCH Mogi-Guaçu funciona a fio d´água, ou seja, o mesmo volume de água que entra é o que sai. A usina não tem capacidade de acumulação, portanto sua vazão depende da localização, intensidade e duração das chuvas”, dizia a nota. Ainda de acordo com informações da empresa, o período de maior vazão ocorreu em 2007 e o de menor, em 2001.

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A PCH de Mogi Guaçu, com volume de água considerado normal pelos operadores
Situação na zona rural exige esforço redobrado do setor de Obras
O diretor-responsável pelo setor de serviços da prefeitura e que vem acumulando atribuições relacionadas à malha viária do município, Adolpho Santa Lúcia Filho, o Fifo, divulgou um balanço dos estragos na zona rural da cidade. Depois do dilúvio do último final de semana, pelo menos oito pontes precisaram passar por reparos urgentes. Foram detectados problemas nos bairros do Machadinho, Rio Manso, Bairro dos Lima e na região da Fazenda Itapirinha.
Segundo ele, a maioria dos locais mais afetados é formada por passagens com tubulação debaixo delas. “ Tivemos problemas com a estrutura afetada destes locais o que nos levou a improvisar passagens ao lado. Aliás em situações de emergência como estas primeiro a gente dá um jeito de liberar a passagem e depois vê o que precisa ser feito para consertar”, descreveu.
No rio Manso um trecho de asfalto recém inaugurado cedeu. O local foi isolado e foram feitas as primeiras intervenções para evitar que o problema se alastrasse. Na estrada do Machadinho foi registrada situação parecida em duas frentes. Apareceram ainda registros de estradas onde a erosão foi tão grande que foi preciso interditar a passagem . “ Parte da situação deve ser atribuída à forma negligente com que a conservação de estradas rurais vinha sendo realizada”, criticou.
Fifo disse ainda que apesar do grande volume de trabalho continuará dando prioridade total para a recuperação de passagens obstruídas e que somente na medida em que o período chuvoso se dissipar irá fazer um planejamento de recuperação de tudo o que foi estragado. Ele estima que o prejuízo somente nestes últimos dias tenha chegado na casa dos R$ 100 mil.
Atuação nas estradas rurais tem priorizado a liberação da passagem de veículos