A entidade Jovem em Ação começa a cumprir a partir deste mês aquilo que foi combinado num Termo de Ajustamento de Conduta firmado ainda no mês passado com a direção do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA), que prevê a obrigatoriedade da destinação de duas das oito horas previstas nos contratos de trabalho celebrados entre a direção da entidade e as empresas conveniadas para atividades pedagógicas.
Conforme esclareceu a psicóloga Eliséia Stringueti Lamari, do corpo pedagógico do Jovem em Ação, até recentemente, para não contrariar os dispositivos leais que regem a contratação de menores de idade vinculados a entidades como o próprio Jovem em Ação e a Guarda Mirim, era realizado um esforço para que os jovens que já exercem ocupação no mercado de trabalho tenham este complemento aos sábados.
As dificuldades impostas a muitos destes jovens trabalhadores para cumprir esta obrigatoriedade aos finais de semana fazem com que muitos deles se sintam impossibilitados em comparecer até a sede da entidade para receberem as aulas e a situação acabou resultando num processo de entendimento com o CMDCA , órgão ao qual, compete a fiscalização do cumprimento da legislação.
Eliséia conta que a entidade basicamente pretende fazer uma adequação com relação ao atendimento deste tipo de necessidade permitindo que todos os jovens que forem contratados possam cumprir a carga horária definida. Revelou ainda que este novo modelo será reservado somente aos novos contratos feitos a partir deste mês de setembro. Embora assegure que a entidade sempre buscou alternativas concretas para que houvesse uma forma de não prejudicar o interesse das empresas em contratar este tipo de mão de obra, teme que a partir de agora as dificuldades sejam maiores. “Mais do que nunca precisamos fazer um trabalho de convencimento junto às empresas, mostrando o aspecto social de fundamental importância que existe neste tipo de atendimento que o Jovem em Ação e a própria Guarda Mirim exercem ao permitir uma oportunidade indispensável de inserção do jovem no mercado de trabalho, ou seja, não se trata de utilizar a mão de obra do aprendiz como muleta para resolver problemas imediatos, mas, antes de mais nada, as empresas que aderem à contratação dos nossos aprendizes, estão prestando uma enorme contribuição social para a sociedade. Este é o viés que tem que ser levado em consideração. Temos que tirar o jovem das ruas”, reforçou.
Intercâmbio
Já de olho nestas transformações, o Jovem em Ação enviou uma delegação no último dia 24 de agosto para um encontro com a direção da entidade CRESCER, o Centro Rotário Educacional , Social , Cultural e Recreativo, entidade filantrópica, assim como o Jovem em Ação, com enorme folha de serviços prestada para a formação de jovens aprendizes. Baseada em Santo Amaro, uma das regiões mais desenvolvidas da capital paulista, o Crescer possui uma enorme experiência com relação ao cumprimento da carga horária que o Jovem em Ação e a Guarda Mirim terão que cumprir daqui para frente. Estiveram representando o Jovem em Ação além de Elis´[eia, a coordenadora pedagógica Fabiele Dorta, Fabiana Fernandes e Tatiana Pugina Reatti. Elas foram recepcionadas pela dirigente Márcia Pavão. “ Foi um encontro bastante esclarecedor. Tivemos oportunidade em conhecer mecanismos de integração entre a entidade e diversas empresas conveniadas. Temos por norma manter este tipo de intercâmbio exatamente para assimilarmos outras experiências”, finalizou Eliséia.
Comitiva do Jovem em Ação foi recebida em São Paulo pela direção do CRESCER
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