Os acontecimentos que o Guarda Civil Municipal Eduardo Rodrigo Pierosi, coordenador da equipe de defesa civil do Município mais temia neste período do ano voltaram a ocorrer de forma avassaladora a partir do último final de semana.

Uma onda de incêndios florestais varreu uma área estimada em torno de 50 alqueires e atingiu pelo menos cinco propriedades rurais no entorno do Morro do Cruzeiro, este próprio totalmente devastado pelo fogo que teve início, segundo Pierosi, na tarde de sábado, primeiro de setembro e que até quinta-feira, 06, ainda teimava em arder numa pequena área de vegetação natural.

Duas fazendas e dois sítios localizados nos arredores (Fortaleza e Sertãozinho – do ator Juca de Oliveira) foram severamente atingidos. “Eu e cerca de dez funcionários da fazenda ficamos três dias ajudando o pessoal da defesa civil a deter o fogo. Foi horrível”, descreve a proprietária da Fazenda Boa Vista que preferiu se identificar somente como Mariazinha. Ela disse que o fogo não atingiu de forma significativa nem a sua fazenda, nem a propriedade vizinha, a Fazenda Nossa Senhora da Piedade, mas mencionou que enquanto permanecer a estiagem “não tem como ficar despreocupada”.

Pierosi estima que cerca de 50 alqueires de pastagens e mata nativa tenham sido destruídos, ou algo equivalente a 170 campos de futebol. Ele acredita em origem criminosa para os incêndios. O tempo seco, segundo ele, conspira para que sua equipe se mantenha em permanente estado de prontidão, como ocorreu em 2010, quando foram 90 dias pelo menos de intenso trabalho para debelar queimadas que pipocavam por toda zona rural e até mesmo na área urbana da cidade.

Previsão

Não chove em Itapira desde 27 de julho passado. Em agosto, salvo um chuvisqueiro (quem nem entrou nas estatísticas) o pluviômetro instalado na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) registrou zero de chuvas no período. No mesmo período do ano anterior a marca chegou a pouco menos de 32mm (cada milímetro corresponde a um litro de água por metro quadrado)  uma das menores marcas desde que o SAAE passou a compilar estes dados a partir de 1998. A maior marca pertence a  2002 , com 105 mm. Em setembro do ano passado choveu 18,7 mm.

Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI) órgão de metereologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) confirma que a ausência de chuvas se faz sentir já por quase 60 dias na maioria das cidades da nossa região e que até o final desta semana que se inicia existe a possibilidade da formação de uma frente fria que traga chuvas, ainda que em quantidade pequena.