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Itapira, 28 de Abril de 2024
Notícia
15/04/2014 | Sequência de mortes no trânsito assusta itapirenses

Uma semana de comoção na cidade em virtude dos desdobramentos de violentos acidentes no trânsito – todos eles envol­vendo motocicletas – que produziram uma sinistra es­tatística de seis mortes desde o começo do ano, quando um acidente envolvendo duas motos deixou um saldo de três mortos no bairro de Barão Ataliba Nogueira no dia 25 de janeiro. E esta estatística pode aumentar.

Um dos envolvidos no acidente registrado terça­-feira, 08, quando faleceu o instrutor de auto escola Roger Ferreira Santos Fisher, 26 - o metalúrgico Vinícius Lopez de Almeida, 18, permanece internado em estado grave na Santa Casa. Informações não confirmadas oficialmente dão conta de que ele teria tido uma das pernas amputadas em virtude dos ferimentos que recebeu, embora a família não confirme.

O sinistro encadeamento de fatos começou na quinta­-feira, 03, em Barão Ataliba Nogueira, quando um au­tomóvel Gol colidiu contra a moto conduzida por Jean Rodrigues de Lima. Lima, rece­beu ferimentos graves e veio a falecer uma semana após o acidente. Na madrugada de domingo, 06, na aveni­da Comendador Virgolino de Oliveira, perto da Viação Mirage, duas motocicletas, uma Honda Bizz e uma Honda Titan colidiram frontalmente. O aposentado Benedito de Oliveira , que pilotava a Bizz, morreu pouco depois de dar entrada ao Hospital Municipal.

Ainda no calor da onda de indignação desse caso, ocorreu outra absurda coli­são frontal de terça-feira de manhã. O caso ganhou ainda maior dramaticidade pelo fato da vítima ter como profissão exatamente ensinar pilotos a trafegarem de forma correta nas ruas. Roger Ferreira Santos Fisher, de 26 anos, trabalhava na Auto Escola Brasil há pouco menos de seis meses. Consta que o outro envolvido não possuía habilitação. Fisher era um jovem muito estimado na cidade.

Em seu sepultamento compareceram colegas de profissão de praticamente todas os CFCs (Centros de Formação de Condutores) da cidade. O sentimento era de indignação. “ A gente ensina corretamente. Depois o cara pega sua carta (carteira de habilitação) sai por aí pilotando moto a 100 km por hora e acha isso normal. Fazem do carro e da moto uma arma”, disse Leandro Roberto, 30 anos, instrutor da Auto Escola JB.

Rogério Gonçalves, da Auto Escola Santa Cruz, era todo indignação. “Do jeito que está não pode continuar mais. É preciso melhorar a fiscalização e dar um jeito de aumentar a conscientização das pessoas sobre a necessidade de se ter um melhor comportamen­to no trânsito”, defendeu. Newton Aparecido Cardoso, da Auto Escola Nacional, estava inconsolável. “O que mais posso dizer? A gente se esforça tanto para ensinar tudo da forma correta. Depois que a pessoa tira sua habilitação se acha no direito de fazer tudo errado”, disse inconformado. Arnaldo Consorti, agente da Ciretran, acha que a legislação deveria ser ainda mais dura com a primeira habilitação. “Defendo que a pessoa só tire a habilitação de moto depois que tirar a de carro. É preciso adquirir uma certa experiência antes”, disse. Consorti tocou ainda num outro ponto que gera muita discussão: utiliza­ção de radares.

Na opinião dele e de ou­tros colegas, redutores de velocidade como lombadas não inibem motociclistas a exercer velocidade incompa­tível. “Lombada é rampa para motociclista”, disse Cardoso.

Epidemia

Considerado um dos maiores especialistas em instrução de motociclistas em todo o Brasil, José Luiz Lima , de Bragança Paulista, participou nesta semana em Itapira de um treinamento especial para Policiais Mi­litares. Questionado sobre os recentes fatos registrados em nossa cidade, disse que Itapira não é diferente de outras cidades. “Infelizmente os acidentes de trânsito estão se tornando uma epidemia e o envolvimento de motocicle­tas tem se mostrado apavo­rante. Em Bragança Paulista respondem a quase 80% das ocorrências no trânsito tem motocicleta envolvida”, afir­mou. Questionado sobre a formação dos motociclistas, ele fez questionamentos. Se­gundo declarou, nos centros de formação “ensina-se que não deve ser usado o freio da roda dianteira, quando é este que para a moto”, questionou.

José Carlos Domingues, presidente do Conseg (Con­selho Municipal de Seguran­ça) afirmou que o órgão há muito tempo vem alertando para o número absurdo de mortes no trânsito da cida­de. Para ele, casos como os recentemente registrados na cidade causam comoção e no vácuo desse sentimento prosperam pedidos de provi­dências. “Vamos novamente tentar engajar a sociedade local numa ampla campa­nha de conscientização”, prometeu.

Rogério Gonçalves, Arnaldo Consorte e  Newton Cardoso: sentimento de indignação
 
 
 
Paganini promete radar no trânsito
 
O prefeito José Natalino Paganini (PSDB) foi um dos que ficaram abalados com os recentes registros de morte no trânsito da cidade. Sob sua iniciativa, o setor de trânsito do município vem recebendo grandes investimentos para recuperar e melhor sinalizar as ruas, instalando semáforos modernos, anunciando reforço na equipe e, nada disso tem impedido a carnificina verificada nos últimos tempos. “Temos feito um trabalho com muito critério, muita determinação pensando exatamente em hu­manizar o trânsito da cidade, levando melhorias para todos os bairros. Evidentemente que está faltando algo mais .Devemos nos centrar, promover um grande debate para descobrir o que mais precisa ser feito”, destacou.

Questionado a respeito dos motivos pelos quais Itapira é a única cidade da região que não possui radares de fiscali­zação de velocidade, o prefeito adiantou que esta medida está dentro do pacote de soluções recomendadas por um estudo encomendado a uma empresa especializada e que já deter­minou ao setor de Recursos Materiais que conclua procedi­mentos para que algumas ruas e avenidas da cidade tenham este dispositivo.

Clayton Ribeiro, diretor de trânsito, disse que a questão dos radares esteve sempre entre as medidas estudadas para tentar diminuir os abusos de velocidade. Ele revela que foi decidido o uso dos radares móveis em detrimento àqueles fixos, batizados de “pardais” pela população . “A experiência de outras cidades indica que os radares fixos impedem o abuso dos motoristas no tre­cho onde ele está instalado. O condutor reduz a velocidade momentaneamente e depois imprime em seguida velocidade incompatível com o local”, avalia.
 

O principal obstáculo para a implantação do sistema de radares móveis é o elevado custo financeiro. “Não se compra radar móvel. Aluga­-se”, explica. Estima que cada equipamento deva dar gastos em torno de R$ 7 mil por mês, sem falar em investimentos com sinalização . Ele adianta que já existe uma relação de ruas e avenidas que deverão receber o equipamento, como por exemplo: avenida Brasil, avenida dos Italianos, Avenida Siqueira Campos, Rua 24 de Outubro, Getúlio Vargas, Da­vid Moro e Francisco de Paula Moreira Barbosa.

 

Fonte: Da Redação do PCI

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