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Itapira, 08 de Junho de 2025
Notícia
26/03/2014 | Um Itapirense no olho do furacão da ameaça de desabastecimento de água

  

 

O engenheiro Alessandro Siqueira Tetzner, 39 anos, é atualmente uma das gran­des autoridades no assunto abastecimento de água em todo o Estado de São Paulo. Este itapirense formado no curso de Engenharia Civil da PUC Campinas, com especialização em Gestão de Negócios e Gestão de Projetos (pela Universidade São Francisco) é também Auditor Líder de Sistemas de Gestão (Qualidade-ISO 9001, Meio Ambiente-ISO 14001, Segurança e Saúde Ocupacional-OHSAS 18001 e Responsabilidade Social-SA 8000) e atualmente exer­ce a função de Gerente de Gestão da Qualidade e Re­lações Técnicas na Sanasa de Campinas.

Conforme explicou, sua área de atuação abrange duas Coordenadorias, a de Gestão da Qualidade comandada por Jaime Dolenc e a de Re­lações Técnicas, comandada pelo colega Gustavo Prado. “Juntos comandamos uma equipe composta por 20 fun­cionários, entre eles analistas, engenheiros, assistentes, consultores, estagiários e menores aprendizes. Esta­mos ligados diretamente à Diretoria Técnica da Sa­nasa, sendo o Diretor Engº Marco Antonio dos Santos. Esta Diretoria é composta por mais nove Gerências e responde diretamente ao nosso Diretor Presidente Arly de Lara Romêo, indicado como cargo de confiança do nosso prefeito pJonas Donizette Ferreira”, elen­cou. Entre suas atribuições estão o Gerenciamento dos documentos e indicadores de desempenho da Sanasa; Realização e auditorias de desempenho dos processos e atividades desenvolvidas na empresa; Gerenciamen­to das ações preventivas e corretivas, Realização e treinamentos, visitas técni­cas e apoio aos serviços de saneamento do País, entre outra relacionadas à gestão de qualidade. Aliás, ele vem dando assistência ao SAAE de Itapira para sua preten­são em obter certificação ISSO 9001.

Com tamanha bagagem, ele opinou que a atual crise de abastecimento de água em decorrência de fatores climáticos . Campinas , cida­de com população estima­da em torno de 1 milhão e duzentos mil habitantes retira quase toda sua água do Sistema Cantareira, nos rios Atibaia e Capivari, “na proporção de 93,5% e 6,4, respectivamente, tendo ain­da captação subterrânea, pouco significativa 0,1%”, informou.

A atual crise segundo ele “é muito séria” e deixa vários ensinamentos. “Os cole­gas que tenho conversado a respeito desta situação praticamente têm a mes­ma visão. De que situações como esta certamente serão comuns, pois o Homem vem destruindo a natureza e seus recursos. Somente com muita união e uma visão sustentá­vel poderemos mudar este cenário. Em relação ao clima, minha opinião é que não temos mais um ciclo claro das estações, com períodos de chuva e de estiagem bem definidos. Assim não dá para prever e nem afirma que a época de estiagem será real­mente a partir dos próximos meses. E completando esta situação, nossos mananciais estão cada vez mais poluídos com o despejo de esgoto pela maioria dos municí­pios (realidade nacional). Somente quando os municí­pios passarem a tratar 100% dos esgotos gerados é que teremos condição de contri­buir para a recuperação dos nossos mananciais. Não dá para fazer “mágica”, ou seja, não dá para buscar água em pontos que estejam distante da captação de água bruta do município, pois para esta tarefa seriam necessárias obras de grande porte, em­butindo um elevado custo de execução e de operação/manutenção deste sistema.

Nas discussões sobre o comportamento do clima nos próximos anos, ainda que com especialistas, diz-se que é muito difícil arriscar que haverá um padrão. Po­deremos ter verões mais chuvosos ou mais secos, assim como invernos mais chuvosos que o normal. Então o melhor que se tem a fazer é trabalhar com a pior hipótese, de estiagens prolongadas, e propor novas possibilidades de reservas e captações. Sem dúvida, a construção de reservatórios (barragens) pode ser uma alternativa bastante viável. Porém, é necessário que a Capital (São Paulo – Sabesp) invista em redução de suas perdas de água, e também busque novas alternativas de abastecimento.

Atualmente, para se ter ideia, a SANASA tem um índice de perda de água de 19,18%, enquanto na maioria dos município a perda gira em torno de 36% a 40%, ou seja, de tudo o que é produ­zido no sistema de produção de água (tratamento) essa porcentagem se perde ao longo da distribuição devido inúmeros fatores, dentre eles a existência de redes antigas, falta de medição (hidrômetros) nos imóveis, altas pressões, etc.

Outra tendência é que cada vez mais se tenha Es­tações de Produção de Água de Reuso - EPAR, ou seja, que se trate o esgoto para obter água de reuso, que possa ser utilizada para fins industriais, onde não for necessário o uso de água potável, e também para fins de irrigação e lavagem. Dessa forma, deixaremos de utilizar água potável em processos em que ela não precisa ser potável, “sobrando” água para a população. Hoje a SANASA possui a primeira EPAR do Brasil com processo de Membranas Ultra Filtran­tes, e que fornecerá água de reuso para indústrias e para o Aeroporto Internacional de Viracopos. Ainda é pouco, mas já é um passo a essa tendência de modernização das Estações de Tratamento de Esgoto” listou.

Itapira

Concluindo, fez elogios ao serviço de saneamento básico de sua cidade natal acrescentando que é moti­vo de orgulho para ele falar do ativo de Itapira neste particular. “Como cidadão itapirense, tenho muito orgulho por saber que o saneamento é tratado de forma séria pelo SAAE, pela Prefeitura de Itapi­ra e por toda sua equipe técnica. É difícil encontrar municípios no território nacional que tenham uma performance técnica de atendimento à população como o SAAE de Itapira. Este é um motivo de or­gulho para a população da cidade, pois a garantia da municipalidade dos serviços de saneamento tem sido uma luta imensa, travada pela ASSEMAE – Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento, que con­grega associados, que se reúnem a cada dois meses para discutir as ações em prol do sanea­mento e da universalização dos serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resí­duos sólidos”, encerrou.

Fonte: Da Redação do PCI

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