A nova sede, que deverá receber processo de revitalização

 

 

Desde o dia 11 deste mês o Instituto Samaritano de Proteção Social está de mudança para um novo endereço, na rua Campos Salles 74, bem ao lado da Igreja Presbiteriana, comunidade religiosa responsável por sua criação há três anos. A decisão de deixar o amplo imóvel localizado na Praça Riachuelo, onde o projeto funcionou nos dois últimos anos, teve como um dos principais motivos economizar com o preço do aluguel.

 

Conforme declarou a educadora Maria de Fátima Cintra Anacleto, a Fati, da equipe de voluntários, o programa adquiriu musculatura nestes três anos iniciais graça a ajuda de diversos parceiros, mas que num momento de cenário de crise econômica a prudência recomenda um redimensionamento nas ações a serem desenvolvidas. Segundo Fati, a entidade tinha planejado alguns programas inéditos para serem executados a curto prazo, mas que terão que ser revistos exatamente em função das incertezas econômicas.

 

Apesar disso ela se diz satisfeita com os resultados colhidos até aqui. Ainda segundo seu entendimento, a comunidade religiosa vinculada aos presbiterianos nutre um grande entusiasmo com relação ao programa. “A proximidade da nova sede com a igreja pode servir como um elemento catalisador. Uma proposta que podemos executar a curto prazo é exatamente a atração de novos voluntários, além de parceiros fortes”, contextualizou.

 

Na nova sede deverá funcionar em breve uma espécie de bazar permanente cujo objetivo é arrecadar fundos. Na prática é a terceira sede do Instituto, se for levado em consideração que ocupou provisoriamente por cerca de um ano um imóvel no Conjunto Della Rocha, que foi embrião do atual processo de atendimento , quando assegurava banho e refeição, sem dar pouso.

 

Segundo o coordenador geral Vilbert Oliva Cavini, 52, atualmente o Instituto abriga pessoas em caráter provisório, geralmente indicadas por algum organismo vinculado ao projeto , como a Secretaria de Promoção Social, a comunidade religiosa que gravita em torno dos presbiterianos e até o Instituto Bairral de Psiquiatria. O atual coordenador acredita que o processo de mudança esteja totalmente concluído já no início desta semana.

 

Fati Cintra Anacleto contou que por ocasião da instalação na Praça Riachuelo, foi tomada a precaução de literalmente se fazer uma política de boa vizinhança, com a iniciativa de convidar os vizinhos para conhecer o projeto. “Agora que estamos saindo, faremos o mesmo. Iremos comunicar nossa saída para todos”, sinalizou. Este processo de aproximação da vizinhança será também feito no novo imóvel.

 

Cavini relatou que o Samaritano tem capacidade para abrigar até 10 pessoas (só do sexo masculino) e atualmente não está atendendo com lotação completa. O perfil destas pessoas atendidas, segundo ele, apresenta ausência de familiares e dificuldades para se fixar moradia. “Quando estas pessoas chegam até nós, normalmente passam por um processo de triagem que em muitos casos envolve processos de desintoxicação”, mencionou. Ali, além de banho, alimentação e cama, as pessoas acolhidas tem atendimento médico, psicológico e assistencial.

 

João Carlos Modesto tem 57 anos e está no local há pouco mais de 30 dias. Chegou lá por indicação de uma congregação religiosa. Tinha como profissão servente de pedreiro. “Não tenho familiares que me recebam. Senão vou morar na rua”, disse. Ele aproveita o tempo livre para fazer tapetes artesanais.

 

O colega João dos Reis Zamora, natural de Santa Rita do Sapucaí-MG, está no local desde fevereiro. Também não tem onde ir. “Estava trabalhando num empresa terceirizada. O serviço acabou e fiquei na mão”, relatou. Ele preenche seu tempo fazendo redes artesanais.

 

Vilbert Cavini lembra que uma das preocupações do projeto é exatamente ajudar estas pessoas a obterem reinserção social, no caso, uma ajuda para conseguir ocupação é ponto prioritário.

 

Zamora, um dos atendidos, confecciona redes artesanais

 

 

 

Modesto está abrigado há 30 dias

 

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Cavini: processo de triagem