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Itapira, 06 de Maio de 2025
Notícia
13/04/2014 | Está inaugurado o Centro Comunitário Julia Ruiz Ruete


Foi inaugurado neste domingo o Centro Comunitário da comunidade do conjunto habitacional “Hélio Nicolai”, que homenageia a saudosa artista plástica e escritora, Júlia Ruiz Ruete. 

A Secretária de Promoção Social, Eliana Dias Sobreiro Assugeni, esclareceu que o novo espaço terá como principal utilização servir como suporte para eventos comunitários. Explicou, ainda, que o Centro estava fechado desde a finalização das obras, desde novembro de 2012, aguardando o acabamento final: “Ficou muito tempo parado e sem condições efetivas de utilização. A atual administração alocou recursos necessários para revitalização e abertura do Centro Comunitário”.

A inauguração contou com a presença dos moradores dos bairros Helio Nicolai e Brás Cavenaghi, do prefeito José Natalino Paganini, do presidente da Câmara Carlinhos Sartori, do líder Mauricio de Lima e dos vereadores Juliano, Joilson, Machado, Marquinhos, Pedro e Zé Branco. Dentre os secretários foram registradas a presenças de Estercita Belluomini, José Armando, Fifo, Eliana Sobreiro, Guto Pinheiro, Luiz Domingues, Marcelo Iamarino, a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Sônia Maria Marques Oliveira Paganini  e o Diretor da Guarda Municipal, Cícero Firmino de Souza.   

 
O evento reuniu vários familiares, netos e bisnetos, da artista Julia Ruiz Ruete, com destaque para os dois filhos Antonio Celidonio Ruete e Francisco Ruete.

O ato solene foi aberto com as palavras de Maíra Augusta Basilio que falou em nome dos moradores. Em seu discurso agradeceu ao prefeito Paganini por dar andamento na conclusão do imóvel e entrega-lo neste domingo, 13, para a comunidade.  Na sequência, Carlinhos Sartori, como presidente da Câmara enalteceu as qualidades artísticas, de cidadã e mãe de família da homenageada Julia Ruiz Ruete. Em nome da família, Francisco Ruete fez os agradecimentos à atual administração por eternizar o nome da sua mãe no Centro Comunitário que muito contribuirá para a convivência cidadã dos moradores daqueles dois bairros. Finalizando, o prefeito Paganini se dirigindo à Maíra Augusta disse que ela e os moradores dos bairros Helio Nicolai e Brás Cavenaghi não tinham nada a agradecer, pois executar as obras e entregar aquele espaço não é mais do que obrigação de um prefeito preocupado com a cidade e com os seus moradores. Pediu para que Maíra chame o mais rapidamente possível os moradores para constituírem uma associação de moradores e cutucou: “acho que estou diante da presidente”, disse olhando para Maíra. Para encerrar Paganini disse que Julia Ruiz Ruete com certeza estava acompanhando aquele evento e juntamente com todos os presentes e a maioria dos itapirenses constataram que Itapira voltou a ser feliz.

 
A inauguração contou com a participação da Banda Lira Itapirense e várias atrações com artistas e esportistas do bairro e da cidade. "Mais uma inauguração em grande estilo, uma festa, assim que é bom, o povo merece!", assim resumiu o evento, o presidente da câmara, Carlinhos Sartori.  
 
 

Júlia Ruete, uma artista completa

 
 
Uma artista completa, ou “integralmente artista”, na de­finição atribuída a Menotti Del Pichia. Estas foram algumas das credenciais que acompanharam Júlia Luiz Ruete ao longo de quase 8 décadas de uma intensa carreira artística que transitou pela música erudita, pelas artes plásticas e pela literatura. “Conhecer a Júlia Luiz da infância e da juventude – desenhista, violinista, cantora lírica – ajuda a entender a Júlia Luiz preferentemente pintora e ficcionista – a da maturidade”, atesta Hernâni Donato , escritor, historiador, jornalista, professor, tradutor e roteirista brasileiro.
 
Natural da cidade de Araras, Júlia nasceu no dia 22/02/1901 e veio a falecer em Campinas em 14/10/1986, aos 85 anos de idade. Cresceu em meio a um ambiente de refinamento artístico possibilitado pelos pais e , desta forma, desde pequena demonstrava irresistível vocação para as mais variadas expressões artística.
 
Esta sua eloquência no mundo das artes teria ainda produzido um daqueles acasos do destino que colocou em seu caminho An­tônio Ruete, professor, latinista, erudito, versado em literatura e arte.” Foi como se estivessem estado, até ali, um à espera do outro. Casaram-se. E comungaram ideias e práticas “até que a morte os separou”, mencionou Hernâni Donato. O matrimônio fez com que mudasse para Jaboticabal e o casal teve nove filhos (Maria ,Carmen, Antonio, Francisco, José, Geraldo, Júlia, André e Aurélio) .
 
A dedicação ao esposo e aos filhos inibiu, mas não fez cessar o dom do empreendimento artístico, segundo Donato. “Mesmo absorvi­da pelos cuidados na educação dos nove filhos, Júlia não abandonou o violino, não esqueceu as árias preferidas, não limitou o progra­ma das audições festivas em sua casa”. Prosseguindo, afirma que “os serões de Araras foram repetidos em Jaboticabal, mais animados, se possível, pela participação do marido e de seus alunos. Mesmo nos momentos menos adequados para a prática artística, Júlia Luiz não a suprimiu do seu existir, do viver familiar, elegendo-a gênero de primeira necessidade”.
 
O falecimento do esposo em 1966 promove uma guinada radical em sua vida. Deixa Jaboticabal e se estabelece em Campinas, cidade que por si só é uma das principais referências em todo o Brasil no campo das artes e também do saber. Talvez por capricho, talvez por mera coincidência, mas fato é que foi residir no elegante bairro Carlos Gomes , que homenageia o imortal compositor, por ela idolatrado. Ali estabeleceu uma rotina própria de intelectuais de sua estirpe, flertando com a singularidade das coisas da mãe natureza e da alma humana como inspiração para dar continuidade ao trabalho artístico, cada vez mais maduro e repleto de uma intensidade que saltava aos olhos. “Toda manhãzinha, sol ou chuva, frio ou calor, ia à missa, comungava, levava o jornal pra casa. Às nove horas, tomava o crayon. O papel branco. Evocava lugares onde fora particularmente feliz. Desenhava. Descobriu um prazer que pedia novos desenhos. E, outros e outros, cada qual melhor trabalhado, mais ousado. Sem outra regra ou limite que o dar liberdade ao desejo de criar”.
 
Apesar do talento nato, foi ser aluna do famoso professor. Aldo Cardarelli, o qual, segundo registros, teria lhe dito que não precisava de orientador pois já trazia latente talento nato.Tornou-se uma artista plástica de renome internacional, cujas exposições de seus trabalhos não raramente atraiam comentários elogiosos da crítica especializada. Paisagens e também de forma implícita imagens e esboços que remetiam à sua religiosidade arraigada ( Júlia era católica pra­ticante), acabaram por moldar seu estilo peculiar de pintar e também seus escritos.
 
A homenagem que agora a comunidade Itapirense presta à sua memória vem a se somar a dezenas de outras que ela recebeu em vida e após sua morte. Por mais singelas que sejam ( como é seguramente a homenagem em questão) , representam o reconhecimento a uma pessoa cuja trajetória como esposa, mãe e artista reflete antes de mais nada a condição superior da generosi­dade de sua alma e seu apego às coisas mais relevantes da vida, sintetizadas por uma inabalável crença num Deus onipotente.
 

 

Fotos: Renato Silva
Fonte: Da Redação do PCI

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