24/12/2014 | Quando o Papai Noel assume o papel de filho
Felicidade evidenciada com visita dos ‘bons velhinhos’
A figura do Papai Noel pode ter diferentes significados para as pessoas. Para algumas é a chegada do presente esperado durante todo ano. Para outras, a confirmação de uma crença de infância. Há ainda aqueles que olham para o bom velhinho e vêm um símbolo de esperança de dias melhores e o sinal de uma época de bons sentimentos.
Mas, para quem atua como o principal personagem do Natal sabe que as situações podem ir muito além do rotineiro e surpreender até os mais experientes.
O voluntário Marcos Roberto Marchi, 40 anos, atua há quase oito anos em um dos principais grupos de solidariedade de Itapira e conta que nesse período viveu muitas situações que ficaram marcadas para sempre. “Há algumas que se repetem quase todo ano. Sempre vejo mães pedindo para que um dos Noéis vá até sua casa para entregar o presente para os filhos. Elas relatam que a criança está esperando e não há ninguém para ir”.
Outras histórias mostram que o espírito natalino pode transformar a ação das pessoas. Em um dos casos relatados, uma criança chorava muito por conta de um brinquedo que havia acabado. Comovida, uma mulher que havia ganhado dois bonecos dos desejados pelo garoto voltou até o início da fila e, gentilmente cedeu um deles ao pequeno.
“Em outro caso, que já faz muitos anos, um Noel entrou na casa de uma senhora e de seus filhos para entregar uma cesta de alimentos. Enquanto as crianças de divertiam com o personagem, a mulher chorava emocionada pela presença dele, pela felicidade dos filhos e, principalmente, porque teria comida para a ceia de Natal”, relembra Marchi.
Porém, a história mais marcante vivida pelo voluntário ocorreu há aproximadamente três anos, durante uma visita a um dos asilos da cidade. Naquele dia, o grupo viveu muito mais que um dia de distribuição de brindes e abraços, e sim um momento único e inesquecível. “Neste dia, quando os Papais Noéis chegaram ao asilo para entregar os presentes, uma das acolhidas foi em direção a um deles, o abraçou muito forte e disse ‘Ah, meu filho, você veio me visitar. Fique aqui comigo, fazia muito tempo que não vinha’”. Com os olhos marejados, o voluntário lembra que não tinha como a idosa saber quem era aquele que ela chamava de filho, porque ele estava fantasiado, mas pode perceber que o presente que ela mais queria naquele dia era a visita de alguém muito querido. “O que acabou acontecendo é que esse Noel perdeu o ônibus fretado e ficou mais de uma hora e meia oferecendo carinho e atenção. Os mais carentes não são as crianças, mas os idosos”, disse.
Com tantas experiências vividas por Marchi e seus amigos, ele conta que é inevitável que essa época do ano tenha ganhado um significado diferente. “Estamos lidando com pessoas, e não da pra prever o sentimento delas naquele momento. Na verdade estamos oferecendo um pouco de nós, de nosso tempo, para os que precisam. O que é errado é que deveria ser assim todos os outros dias do ano. Infelizmente, esse sentimento se perde durante o caminho com a correria do dia a dia. O correto seria que nos doássemos todos os dias”, concluiu.
Em uma das visitas aos asilos, Noéis fazem a felicidades dos assistidos
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